Escrevi
pra você leitor esta carta manifesto, pois necessitamos de reflexão.
Peras avermelhadas
Que país é esse?
O país que
quer quantidade, o povo que quer qualidade.
Acanhada no canto, a criança chora, suas unhas
não foram cortadas, seu rosto tem marcas do abandono, seus cabelos retorcidos
pelo vento, pela poeira, pela chuva. Essa criança não teve passado, não teve
sequer o presente, mas cabe a nos, defendê-la por seu futuro.
Oh saúde! De homens e mulheres, entrego-te ao coração
daqueles, que por ti querem lutar...
Uma política pública egoísta, unilateral e sem a
formulação de um conceito, que nos últimos anos só pensa em quantidade, vem
abarrotando o país de médicos, para simplesmente oferecer, um número imenso de
consultas, que nem sempre tem qualidade.
Abrem-se novas faculdades quase todos os dias, e o
ingresso de novos alunos as faculdades, vem sendo por vezes facilitado. Nos
tornamos campeões de faculdades, e campeões na quantidade.Mas, e na qualidade?Pergunto a vocês.
Será que nossos alunos e médicos, querem de fato atender aos mais pobres de
nossa terra. Veja comigo alguns números assustadores, para que possamos juntos
pensar em qualidade.
O Conselho de Medicina propôs uma prova de ordem onde
o aluno tem que atingir no mínimo 60% da prova. No ultimo exame 54,5% não
conseguiram a nota mínima, portanto, mais da metade daqueles que prestaram o exame,
não foram aprovados. Isso nos mostra claramente, a deficiência das nossas
faculdades, e o despreparo dos nossos médicos. É necessário que as faculdades
reavaliem os métodos de ensino, com avaliações mais competentes. É necessário
maior infra-estrutura de hospital-escola, e é claro, tudo isso deve ser pensado,
antes de abrir novas faculdades.Defendemos portanto, que haja um projeto de lei
determinando que o médico, receberá o seu diploma qualificando-o para o
exercício da prática médica, somente após o candidato atingir a nota mínima
solicitada nas provas de ordem, e mais, que os profissionais possam ser
reavaliados a cada 20 anos.
Ainda a tempo para fazer, com que uma promessa transforme-se
na construção de benefícios para todos. Ainda há tempo, pois precisamos de
profissionais capacitados, dedicados ao potencial intelectual, empenhados na
construção de uma sociedade mais justa. Profissionais capacitados sabem lutar
por melhores condições de trabalho. São ouvidos, e defendem o interesse de
todos.