Historicamente,
as mudanças econômicas, comerciais e políticas traçaram os caminhos de nossa
civilização, faço um convite a você: Vamos fazer uma viagem rápida no tempo...
O local é a Europa, a época é a Antiguidade
Clássica, o momento político é o Império Romano.
O Imperador Constantino, pressionado
por várias invasões bárbaras, decidiu criar uma nova capital, na cidade de Bizâncio,
bem próximo ao mar mediterrâneo, cidade que passaria a se chamar
Constantinopla, em homenagem ao seu criador. Sua posição estratégica ligando o
Mar Mediterrâneo à Ásia fazia com que ela fosse, indiscutivelmente, a maior rota
comercial daqueles tempos.
Constantinopla era parte de um
coração pensante, com arquitetura grega, imensa muralha que resistiu a
várias invasões. Uma de suas mais ricas construções merece destaque: Basílica
de Santa Sofia, reconstruída pelo imperador Justiniano, que feliz e empolgado, com
sua reconstrução disse, certa vez: “Salomão, eu te superei”!
Forma-se então, ali, o Império Romano
do Oriente, que passava ser chamado Império Bizantino, que resistiu até 1.453. Sua
queda foi frente aos turcos otomanos, alguns historiadores chegaram à conclusão
que esta data tão importante deveria marcar o fim da Idade Média.
Diante da invasão dos turcos,
intelectuais, poetas e cientistas migraram para outras regiões como Espanha, França
e Inglaterra, dando origem ao movimento cultural chamado Renascimento.
Portugal e Espanha, rapidamente, puseram
a tirar vantagens de sua posição geográfica para oferecer novas opções de rotas
comerciais, criando, inclusive, novas possibilidades de alcançar outras terras.
Assim, o apogeu dessas nações passava a ser apenas uma questão de tempo. Alexandre,
O Grande, disse certa vez: “Lembre-se que da conduta de cada um, depende o
destino de todos”!
De fato, a história tem seus
requintes. Hoje, a cidade de Constantinopla se chama Istambul e é a capital da Turquia,
não é, nem de longe, o centro comercial pulsante que foi no passado, a Europa
com seu mercado comum, coberta por uma flâmula do neo-capitalismo, possui a Grécia
e Portugal falidos e a Espanha sua próxima vitima, com 45 milhões de habitantes
e uma taxa absurda de 20% de desempregados.
Nesse novo panorama comercial avesso
ao passado surge o que podemos chamar: Globalização Reversa, práticas comerciais
que atingem um novo nicho de mercado dos países emergentes como Brasil, Índia
e China, que possuem uma economia aberta, sem subsídios, uma cultura inesperada ,que desperta curiosidade do mundo. Quem sabe com otimismo, uma Bizâncio contemporânea,
que continue viva na arte, na ciência, na poesia e na liberdade de criar...
Diante da crise de 2009, tais países
ressurgiram com mais força, enfrentaram o desafio, investindo em
infraestrutura, trazendo mais segurança para investimentos internacionais.
Entretanto, surge, entre nós, um inesperado
despertar... A ousadia de alguns que possam pensar, em cercear a liberdade de imprensa, tolhendo
a população de tirar suas conclusões diante dos fatos. Tal iniciativa, além de
arriscada, poderá comprometer as instituições democráticas, provocando
desconfiança dos investidores internacionais.
Façamos juntos, uma reflexão: É
necessária uma luta continua pela liberdade, para que os princípios bizantinos possam
continuar a florescer!