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As Minhas 15 Mais

22 de março de 2010

Milagre ou não?

Historicamente, estamos vivendo um momento único na pecuária leiteira. E é com imensa preocupação que me dirijo a você, produtor do projeto “Ouro Branco”. Temos que ser comedidos, parar e refletir. O que aconteceu com a cadeia leiteira para que, subitamente, tivéssemos um aumento tão brusco?

Convido a você a fazermos, juntos, uma análise profunda:

Seca intensa na Austrália; inundações sucessivas na Argentina e no Uruguai; queda na produção norte-americana; aumento do consumo na China e, somado a tudo isso, o mundo cresceu 5% (cinco por cento) no terceiro ano consecutivo.

Ora, meu amigo, se a economia mundial cresce, quem não quer comer um queijo ou requeijão?

Sendo assim, esse conjunto de fatores: queda de produção em algumas regiões e o aumento da economia mundial, elevaram o preço do leite.

Além desses fatores externos, o aumento do consumo interno significativo, a expansão da lavoura de cana-de-açúcar em função do biodiesel, a expansão do plantio de eucalipto, também exerceram influência nesse aumento de leite.

Nossa administração tem investido tanto na pecuária leiteira, dentre vários motivos, porque sabemos que a cadeia produtiva do leite é a segunda do país, perdendo apenas para a cadeia da construção civil. Sabemos, ainda, que para 50 litros/dia produzidos, empregos são gerados no país.

E todo esse conjunto nos faz pensar: é o momento de investir e aprimorar tecnologia, de melhorar o gerenciamento da propriedade e o manejo do rebanho, olhando um horizonte que se integra. Temos certeza do otimismo de todos, mas é extremamente importante que tenhamos cautela, para que possamos investir em tecnologia, diminuindo assim os custos de produção.

De repente, você que está lendo, deve estar se perguntando: o leite está com um preço tão bom, para que esquentar a cabeça com isso?

Caro produtor, avançamos mais ainda no associativismo dos 23 tanques de resfriamento implantados no município.

Gostaria que você refletisse comigo mais uma vez:

A avaliação de qualidade do leite nos Estados Unidos exige 100 mil células somáticas por mililitro; no Uruguai 40 mil. No Brasil é considerado bom, o leite que contenha 1 milhão de células somáticas por mililitro.

Ora companheiro, a qualidade de nosso produto está abaixo da produção mundial. Como iremos então competir no mercado internacional?

Para isso, a receita, eu que sou médico vou lhe dar:


  •  Aprimorar a tecnologia, ou seja, investir em qualidade;

  •  Diminuir os custos de produção;

  • O Poder Público tem que querer ser parceiro e quer;

  •  E, o mais importante, sem dúvida, você tem que querer esta parceria.
É hora de ampliarmos a parceria com a indústria, porque eles também querem nosso avanço tecnológico. É hora de aumentar a assistência técnica na Secretaria de agricultura, ampliando o melhoramento genético e a rede de alimentação do rebanho, introduzindo novas idéias, como por exemplo, o leite orgânico.

Não tenho dúvidas, os preços são ditados pelo mercado, em algum momento, eles irão se estabilizar e, aqueles que se mantiverem unidos e avançarem com tecnologia, permanecerão no mercado.

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