Quem sou eu

Minha foto
Miradouro, Minas Gerais, Brazil

As Minhas 15 Mais

22 de março de 2010

Projeto Ouro verde

Conceito:

O Projeto Ouro Verde objetiva o incentivo a produção de café, principalmente de produtores de agricultura familiar, que visa o aumento da produção, produtividade e qualidade, com resultados de lucros interessantes. O nome “Ouro verde” vem do objetivo de fazer com que se contenha um cafeeiro nutrido adequadamente para produzir todo o seu potencial, e não somente preocupar com o fruto quando já se enxerga – o no pé.

Histórico e Observações:

Historicamente a região da Zona da Mata vem sofrendo com vários ciclos. O ciclo do ouro, ciclo da mineração, ciclo da cana de açúcar. Isso fez com que os agricultores migrassem para as regiões urbanas. Além disso, o processo de industrialização mostrou-se cada vez mais ávido por mão – de - obra, outro fator que também contribuiu para o êxodo rural.

Entendemos que esses agricultores sem capacitação ficam excluídos do processo industrial, em conseqüência disso ficam à margem da sociedade urbana, entregues à mercê das drogas e de diversos meios de violência.

Nossa administração constatou que teríamos como desafio, buscar o desenvolvimento sustentável com base na agroecologia do homem do campo, como forma de evitar o êxodo rural. Passamos a analisar então, a forma como os produtores de café de nossa região trabalhavam. Detectamos que eles utilizavam o método tradicional que não lhe garantia qualidade, nem volume, trazendo no final de cada ano/safra a desilusão com a atividade. Detectado também, que alguns produtores que conseguiam fazer o cafeeiro produzir bem, tinham sua receita reduzida pela degeneração da qualidade, após a colheita (derriça) pelo uso inadequado de técnicas de secagem e armazenagem. Doutras vezes, viu-se a desvalorização do produto na hora da venda por pura e simples arbitrariedade do comprador.

Por causa dessa realidade, e já tendo provado do sucesso havido com a estrutura do Projeto Ouro Branco, é que surgiu a idéia de tecnificar a o produtor, através de trabalhos e infra-estrutura, com veemente ênfase no associativismo e cooperativismo. A conscientização do valor do empenho foi e tem sido arduamente trabalhada.

Apenas a implantação do projeto não seria suficiente. Várias outras medidas deviam ser tomadas para que se tornasse sólida e viável a permanência no campo. Para isso, foram tomadas várias medidas de infra-estrutura, em vários setores, tais como:

• Em meio ambiente: Recuperação e proteção das nascentes, instalação de sub-sede do IEF no município, incentivo ao PRONAF florestal.

• Em infra-estrutura: melhoria das estradas, telefonia móvel, construção de pontes, facilitando assim o acesso à zona rural do município.

• Na educação: ampliação da educação no campo, levando as demais séries do ensino fundamental aos povoados, permitindo que os filhos dos produtores pudessem estudar sem ter que se deslocar até a cidade, facilitando assim o acesso e a permanência na escola. Além disso, houve uma integração entre o ensino e a realidade do aluno da zona rural, as práticas agrícolas não são colocadas apenas como matérias transversais, mas foram inseridas à grade curricular, além das visitas às propriedades piloto do Projeto Ouro Branco, comprovando sua implantação e viabilidade.

• Na Secretaria de Assistência Social: Melhoria da eletrificação rural, onde 100% das propriedades foram atendidas, construção e melhoria das residências, visitas domiciliares frequentes.

• Houve ainda uma efetiva integração entre as secretarias de Agricultura, Saúde e Assistência Social, na implantação do projeto Desnutrição Zero consolidado em 2007, não temos mais desnutridos no município.

Para a implantação do Projeto Ouro Verde, entendeu-se, antecipadamente, a necessidade de uma parceria múltipla entre as entidades que se relacionam com o produtor, afim de dar forte foco, visto que na fase inicial havia grande pretensão para um período. A dificuldade em conquistar confiança de um produtor que esta cansado de ser escalavrado e desconsiderado pelos que o rodearam por anos também é fato trabalhoso do projeto. O projeto se baseia na criação de núcleos de micro-agricultores que possuíam de 01 a 30 hectares, que são o público alvo do projeto.

Atividades desenvolvidas no Projeto:

1) Conscientização de trabalho em conjunto – associativismo e cooperativismo;

2) Formação dos Grupos de trabalho coletivo: consideradas as distâncias e particularidades de cada, se estabelece a quantidade de produtores em cada núcleo, estabelecendo o mínimo de dois e o máximo estabelecido pelas características de cada núcleo.

3) Apresentação da proposta de assistência técnica continuada.

4) Confecção de projeto de financiamento de estruturas individuais (tulhas e terreiros)

5) Confecção de projeto de financiamento de equipamentos (secadores, despolpadores) de uso coletivo.

6) Construção dos galpões para os equipamentos coletivos subsidiada pela Prefeitura de Miradouro.

7) Montagem dos grupos de negociação do produto.

8) Cadastramento de produtores para operar com o CPR de café no Banco do Brasil.

9) Montagem do Centro de Prova de Café.

10) Visitas técnicas em propriedades e compradores idôneos.

11) Cursos de aperfeiçoamento na atividade.

12) Concurso Municipal de qualidade de café.

Parcerias:

O Projeto Ouro Branco é desenvolvido sobre uma base de parceiros, a saber: Prefeitura de Miradouro, Secretaria de Agricultura, Sindicato dos trabalhadores Rurais, Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Miradouro, EMATER-MG e iniciativa privada. As parcerias garantem as informações, insumos e serviços necessários à atividade de cafeicultura. Além dos parceiros locais, o projeto prevê parcerias ousadas com outras empresas em seguimentos específicos.

Assistência em geral:

Os associados recebem do conjunto de parceiros vários benefícios:

• Formação das Associações: Auxílio com reuniões para a formação dos núcleos (grupos), confecção de projetos para financiamento do tanque de resfriamento de leite em grupo e construção da sala (casinha) para o tanque;

• Assistência Técnica: É disponibilizado para os produtores técnicos para auxílio na atividade, bem como gerenciamento da propriedade. Neste sentido dispõe esforços focados na nutrição e qualidade do grão.

• Tratores: Disponibilizado para os produtores a custos subsidiados pela prefeitura para serviços de aração, gradagem, melhoria de estradas internas e preparo de áreas para construções rurais;

• Insumos: Auxílio na compra de insumos produtivos em grupo para aquisição em preços mais viáveis;

• Documentos: A necessidade de atualizações de documentos pessoais e das propriedades é auxiliada, inclusive no arquivamento e envio de documentação para a aposentadoria;

• Tecnologia: Busca de tecnologias avançadas para apoio na produção e bem estar da família;

• Certificação de propriedade: Assistência mais intensiva nas propriedades que se certificarem nos moldes traçados para os cafeicultores, e hoje sob supervisão da EMATER-MG;

• Investimentos: Confecção de projeto técnico para financiamento do Pronaf, dentre outros

Importante:

É de extrema importância reconhecer que o Projeto Ouro Verde, como outros, também se desenvolve em harmonia com os outros projetos como:

• Viver Melhor (várzea de arroz comunitária e reflorestamento urbano)

• Saber e Nutrir (piscicultura de corte e ornamental)

• Ouro branco (bovinocultura leiteira)

• Frango Caipira Melhorado(avicultura)

• Educação do Campo (aulas de técnicas agrícolas nas escolas)

• Patrulha Agrícola (máquinas agrícolas subsidiadas)

• Desnutrição Zero (auxílio às crianças de baixo peso)

• Apicultura Comunitária (criação de abelha)

• Horta Comunitária (produção de olerícolas)

Nenhum comentário: